quarta-feira, 2 de setembro de 2009

Pesquisas mapeiam evolução da responsabilidade social
Dados preliminares de uma pesquisa recentemente divulgada pelo Programa de Voluntários das Nações Unidas (UNV), em parceria com a instituição norte-americana Johns Hopkins Center for Civil Society Studies , apontam que as instituições sem fins lucrativos movimentaram, em 2002, uma receita equivalente a 5% do Produto Interno Bruto (PIB) nacional em despesas operacionais. Esse valor supera a participação de setores da economia brasileira, como a indústria de extração mineral e a contribuição 22 estados brasileiros.Para obter estas informações, foram cruzados os dados de 2002 da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio (PNAD), do Imposto de Renda de Pessoas Jurídicas, do Sistema Integrado de Administração Financeira do Governo Federal (SIAFI) e de assistência médica sanitária.O estudo abrange uma amostra ampla e engloba organizações não-governamentais, sindicatos, partidos políticos e instituições filantrópicas. Segundo a pesquisadora do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), Neide Beres, a participação real dessas instituições na geração de riqueza para o País estaria em torno de 2,5% do PIB. “Nós procuramos dimensionar a participação do setor a partir da seleção de entidades que declaram não visar o lucro”, explica.O último estudo realizado pelo Jonhs Hopkins apontava que o setor sem fins lucrativos havia movimentado, em 1995, o equivalente a 1,5% do PIB.De acordo com Neide, a participação do governo no financiamento das instituições caiu de 14,5%, em 1995, para 5,5% em 2002. A nova pesquisa revelou ainda que o setor apresentou um crescimento de 71%, no período de 1995 a 2002, passando de 190 mil para 326 mil entidades. Da mesma forma, o número de trabalhadores duplicou, de 1,5 milhão em 1995 para 3 milhões em 2002, incluindo a participação de funcionários formais e informais. A pesquisadora ressalta que, desse total, cerca de 500 mil são membros voluntários. “Nós consideramos a colaboração integral e esporádica dos colaboradores; contudo, estima-se que esse número alcance uma população muito maior no Brasil”.Números divergentesDe acordo com os dados levantados pelo estudo “As Fundações Privadas e Associações sem Fins Lucrativos no Brasil (Fasfil)”, realizado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), em parceria com o Grupo de Instituições Fundações e Empresas (Gife) e a Associação Brasileira de Organizações Não-Governamentais (Abong), no período entre 1996 e 2002 o terceiro setor cresceu 157%, com o aumento do número de entidades de 107 mil para 276 mil. A pesquisa considerou apenas as organizações sem fins lucrativos registradas Cadastro Central de Empresas do IBGE (Cempre), que empregaram, em 2002, 1,5 milhão de pessoas. Do levantamento, segundo o coordenador da Abong, Alexandre Ciconello, foram excluídas as organizações a serviço de interesses corporativos, como sindicatos, condomínios, partidos políticos e clubes. Desse universo, apenas 79 mil entidades estão ligadas à assistência social, à proteção do meio ambiente e à defesa de direitos.“A nossa amostra também é muito ampla, pois inclui de associações filantrópicas a entidades privadas — como a Pontifícia Universidade Católica ( PUC) e o hospital Albert Einstein ”, completa Ciconello

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