quarta-feira, 2 de setembro de 2009

RESPONSABILIDADE SOCIAL UMA META DE TODOS NÓS




Empresários apóiam projetos sociais de suporte às minorias



A inclusão dos grupos considerados minorias — compostos por afrodescendentes, descendentes de índios, portadores de deficiência e mulheres, entre outros — ganham cada vez mais espaço nas políticas de responsabilidade social das principais organizações não-governamentais (ONGs) do País e das grandes empresas da iniciativa privada. É o que mostra a quarta rodada de pesquisa DCI com 18 dirigentes de entidades ligadas ao Terceiro Setor.De acordo com os administradores das entidades entrevistadas, as organizações Nestlé , Unilever , Unimed e Natura estão entre as principais parceiras dos seus projetos sociais.A ONG Sorri-Brasil , de Barueri, na Grande São Paulo, é um exemplo de entidade sem fins lucrativos que trabalha em conjunto com empresas privadas. Uma das facetas do projeto da instituição é capacitar gestores de recursos humanos para que eles aprendam a selecionar e contratar deficientes para trabalhar nas empresas parceiras da entidade. Grandes empresas atuantes no País, como a brasileira Natura, estão entre as envolvidas nessas parcerias. “Nossa entidade atua no desenvolvimento de projetos sociais que visam a promoção do trabalho e do emprego das pessoas portadoras de deficiência. O trabalho é feito por meio de cursos que desenvolvemos para a capacitação de diretores de recursos humanos das empresas parceiras”, explica Carmen Leite Ribeiro Bueno, superintendente da Sorri-Brasil.Através dessa capacitação de gestores de recursos humanos, a entidade consegue se manter e promover outros projetos para portadores de deficiência.Bolsa de estudoOutra entidade que trabalha no intuito de inserir as minorias no mercado de trabalho é a Associação Horizonte . A entidade oferece cursos de capacitação para jovens com até 17 anos. De acordo com a entidade, a Unimed é a empresa parceira do seu trabalho chamado “Projeto Horizontes”.Segundo o professor e presidente da entidade, Gualtiero Piccoli, a empresa parceira doa cerca de R$ 4 mil a cada semestre para manter no curso um grupo de 20 mulheres da comunidade local.“As mulheres que recebem nossa assistência têm aulas de comunicação, desenvolvimento pessoal, ética, cidadania, técnicas de venda e de atendimento ao cliente. Todas as participantes são cadastradas no banco de dados da empresa a que os médicos da Unimed têm acesso e podem contratá-las quando estiverem precisando de uma secretária, por exemplo”, afirma Piccoli.Além da Unimed, a Associação Horizonte conta com o apoio da Universidade Anhembi Morumbi e do Ibmec São Paulo no projeto “Educação Superior In Company”. Esse é um programa de educação inclusiva e funciona através de uma bolsa de estudos para os deficientes.Com esse acordo entre as universidades e a entidade, os estudantes pagam apenas R$ 200 pelos cursos. Se eles se saírem bem nos estudos e não tiverem faltas, o valor da mensalidade do curso pode custar menos, até R$ 50. “Essa é uma chance que os portadores de deficiência têm para mostrar seu valor e adquirir responsabilidades”, diz.DireitosEnquanto algumas ONGs se esforçam para profissionalizar, educar e inserir as pessoas pertencentes aos grupos minoritários, o Centro de Direitos Humanos de Palmas (Cdhp) atua em prol do reconhecimento dos direitos do cidadão. Ou seja, oferece uma assessoria jurídica gratuita às pessoas da comunidade local.O orçamento de R$ 70 mil anuais da entidade é proveniente do apoio de agências internacionais como a Organização Católica Alemã (Miserium), a Federação de Órgãos para Assistência Social e Educacional (Fase) e a Cáritas Brasileira , rede da Igreja Católica militante em questões sociais.De acordo com Romeu Aloisio Feix, secretário-articulador da ONG, as verbas provenientes da iniciativa privada são poucas diante das problemáticas sociais que a entidade trata. “Precisamos de financiamento para a contratação de pessoas. É difícil encontrar voluntários. É necessário que a iniciativa privada financie os projetos do Centro-Oeste, pois os recursos das empresas acabam sendo mais direcionados para regiões do nordeste e do sul”, opina.Apoio à mulherAs mulheres que sofrem com a violência doméstica, segundo especialistas, estão incluídas nas minorias. Diante dessa realidade, o Grupo Mulher Maravilha , localizado em Recife, tem atuado fortemente para amenizar a questão. O trabalho da instituição consiste em capacitar as mulheres das comunidades locais para que elas se tornem líderes sociais (promotoras legais) a fim de que repassem a outras mulheres os conhecimentos sobre os seus direitos.Um exemplo de atuação do Grupo Mulher Maravilha é o trabalho realizado com as mulheres ligadas a comunidades quilombolas que trabalham no campo. Nesse projeto a ONG recebe o apoio do Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA), órgão do governo federal. O ministério envia cerca de R$ 60 mil ao ano à entidade para o desenvolvimento de projetos de capacitação de mulheres jovens.

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